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Experiência de escuta foi fundamental para realização de Assembleia Eclesial, avaliam participantes

Em seminário, teólogos e pastoralistas refletiram sobre ecos e perspectivas da primeira Assembleia Eclesial da América Latina e Caribe.

Há 2 anos - por Redação
Experiência de escuta foi fundamental para realização de Assembleia Eclesial, avaliam participantes
(foto por Reprodução - Assessoria de Imprensa)
A primeira Assembleia Eclesial da América Latina e Caribe foi tema de um seminário online, realizado nos dias 9 e 10 de dezembro. Reunindo teólogos e pastoralistas de diversas partes do Brasil, o evento discutiu os ecos e perspectivas do encontro que aconteceu no México, entre 21 e 28 de novembro.
 
Para o doutor em Ciências da Religião e membro do grupo, professor Edward Guimarães, o resultado é fruto de uma provocação do teólogo padre Aquino Júnior. “Ele fez uma provocação em um grupo de whatsapp e nós acolhemos. Não sabíamos ainda o que fazer, mas sabíamos que precisávamos pensar em algo para acompanhar este processo. Começamos a nos reunir um pequeno grupo às sextas-feiras e mapeamos algumas pessoas, pelas regiões do Brasil, para ampliar a discussão”.
 
Integrante do grupo de delegados participantes da Assembleia, Sônia Oliveira, presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), destacou a importância da fase que antecedeu a reunião na Cidade do México: "Queria destacar o momento da escuta, que para mim foi o momento mais bonito de todo o processo, o que foi feito nas dioceses”.
 
Sônia também ressaltou o critério de escolha dos delegados, que procurou contemplar os diversos rostos e segmentos da Igreja no Brasil. Para ela, o que fica de aprendizado é, sobretudo, o processo sinodal, a oportunidade de exercitar a escuta para atender ao apelo do Papa Francisco, dando voz às mais diversas realidades existentes na Igreja. “Nós somos chamados a vivenciar esta esperança, do que nós ouvimos no processo e do que podemos levar adiante”.
 
O bispo auxiliar de Belo Horizonte e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, dom Joaquim Mol, realçou que é preciso aproveitar os defeitos metodológicos da Assembleia para ajudar no caminho do Sínodo sobre Sinodalidade e que a interpretação da Assembleia tem que ser maior do que o evento. “Devemos entender a assembleia como parte de um processo mais amplo”, destacou.
 
Perspectivas eclesiais para a América Latina e Caribe
 
Marilza Schuina, ex-presidente do CNLB, também fez compôs a delegação brasileira. Ela recorda, de forma particular, o refrão entoado durante todo o período da Assembleia, 'todos somos discípulos-missionários em saída' e questionou: “Como nós podemos fazer efetivamente no Brasil para escutar, para ser uma Igreja da escuta, da ausculta, que faz mais do que ouvir, que aceita e compreende os desafios?”.
 
Para a leiga, a primeira Assembleia deve apontar a construção de um caminho rumo à sinodalidade e, aqui no Brasil, é preciso qualificar o que se quer com a Assembleia dos organismos do povo de Deus. Dentre outros pontos destacados por Marilza, estão a insistência de uma Igreja missionária em saída e na ruptura com o clericalismo, fortalecendo a formação do laicato e da caminhada das Comunidades Eclesiais de Base.
 
Quem também contribuiu com a reflexão foi um dos conferencistas da Primeira Assembleia Eclesial, Padre Agenor Brighenti, que entende o momento como 'ventos novos' que sopram sobre a Igreja e "parte desses ventos vêm da América Latina e o Caribe”.
 
O teólogo apresentou três aspectos significantes da Assembleia. A princípio o evento situa a colegialidade episcopal no seio da sinodalidade eclesial. “Isso significa dizer que o bispo é membro do povo de Deus na sua Igreja local. A sinodalidade é horizontal”.
 
Outro aspecto é que a Assembleia eclesial buscou reavivar Aparecida, que resgatou o Vaticano II e a tradição libertadora que deu rosto e palavra própria à Igreja da América Latina. Brighenti destacou que o período de 2022 a 2025 representa os 60 anos de realização do Concílio Vaticano II e questionou os participantes a respeito de uma segunda recepção do Concílio. 
 
Por fim, o padre Agenor Brighenti falou sobre o laicato. Nesse sentido, é preciso promover e reconhecer os conselhos de leigos e leigas, criar escolas de formação que atuem em ambientes externos e articular ministérios específicos para mulheres.
 
O conteúdo dos dois dias de seminário foram destacados em uma síntese. Para ajudar no processo de recepção e interpretação da primeira Assembleia Eclesial, o Serviço Teológico-Pastoral terá outras iniciativas, em sintonia com o processo sinodal, com produções audiovisuais e conteúdos para redes sociais.
 
Com informações da PUC - MG
 

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