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Igreja na Ucrânia enfrenta dificuldade para manter paróquias e seguir atendimento à população

Fundação ACN deve enviar recursos para que Igreja não pare trabalho pastoral com o povo, diante de conflito. Arcebispo de Lviv diz estar se preparando para onda de refugiados

Há 2 anos - por Cléo Nascimento
Religiosos entregam alimentos em Zaporizhya, na Ucrânia.
Religiosos entregam alimentos em Zaporizhya, na Ucrânia. (foto por Divulgação - ACN)
Não se pode negar o papel social das igrejas diante de crises humanitárias. Na Ucrânia, em meio a um conflito de dimensões ainda não mensuradas, a Igreja Greco-Católica tenta oferecer o mínimo de assistência à população, ainda que, ela própria sinta os efeitos da guerra minarem sua capacidade de atuação.
 
“A situação está piorando a cada dia. Vivemos agora de hora em hora. Os preços estão subindo, especialmente para bens essenciais. A situação na diocese é muito difícil. O número de fiéis diminuiu e os restantes, infelizmente, não podem manter as paróquias nem sustentar os padres. Eles mesmos vêm e pedem ajuda aos padres e irmãs”, disse Dom Pavlo Honcharuk, bispo de Kharkiv, diocese ao leste da Ucrânia.
 
O agravamento da crise afeta diretamente a atividade pastoral dos 4.879 padres e religiosos e 1.350 religiosas que vivem no país. “O que todos queríamos evitar aconteceu: a Ucrânia está em estado de guerra. A ACN apoiou a Igreja na Ucrânia no passado e não a abandonará neste momento muito crítico e difícil”, disse o presidente executivo da ACN, Thomas Heine-Geldern.
 
Nessa quinta-feira (24), a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) aprovou a liberação de 1 milhão de dólares para auxílio imediato ao trabalho desenvolvido pela Igreja na Ucrânia. Além disso, a entidade fornecerá ajuda emergencial para os quatro exarcados greco-católicos e as duas dioceses latinas no leste da Ucrânia, abrangendo Kharkiv, Zaporizhya, Donetsk, Odesa e Krym.
 
“Principalmente agora, a AIS deve garantir a presença de padres e irmãs e irmãos com seu povo, nas paróquias, com os refugiados, nos orfanatos e lares para mães solteiras e idosos que enfrentarão o desafio de sobreviver em um clima de custos crescentes como resultado da guerra”, disse Heine-Geldern.
 

Igreja ajuda refugiados e reza pela paz

 
Pouco antes da invasão russa, o arcebispo de Lviv, Mieczyslaw Mokrzycki, esteve na sede internacional da ACN, em Königstein, na Alemanha e disse que ainda tinha esperanças de conversações de paz e soluções diplomáticas para a crise atual.
 
Arcebispo de Lviv, Mieczyslaw Mokrzycki - Por ACN
 
Ele explicou que a Igreja local se prepara para uma potencial onda de refugiados. "“Estamos prontos para receber pessoas em nossas igrejas e fornecer comida e água. Organizamos cursos de primeiros socorros para sacerdotes, religiosos e leigos, para que possam cuidar dos feridos”.
 
O arcebispo Mokrzycki acrescentou que alguns refugiados ucranianos já chegaram ao oeste do país e que “já alugamos algumas casas vazias que servirão de acomodação para eles”.
 
O arcebispo expressou-se profundamente comovido com o nível de solidariedade internacional com a Ucrânia. “Somos muito gratos a toda a Igreja universal, e especialmente ao Papa Francisco, que lançou um apelo mundial à oração pela Ucrânia. Gostaria de repetir este apelo: continue esta oração! Continue orando, até que a paz final venha!”, pediu o arcebispo.
 

Um dia de Oração pela Paz

 
Ontem (23), durante a Audiência-Geral, O Papa Francisco anunciou um Dia de Oração pela Paz Mundial para o dia 2 de março, quarta-feira de cinzas. "Peço a todas as partes envolvidas para que se abstenham de qualquer ação que possa causar ainda mais sofrimento às populações, desestabilizando a convivência entre as nações e desacreditando o direito internacional", disse o pontífice.
 
Francisco fez um apelo "aos que têm responsabilidade política para fazer um sério exame de consciência diante de Deus, que é o Deus da paz e não da guerra" e que "quer que sejamos irmãos e não inimigos". "Mais uma vez, a paz de todos está ameaçada por interesses de parte".
 
 

Situação de Conflito

Por ACN
 
A situação financeira no país se deteriorou desde o início do conflito, há oito anos, mas desde que a crise começou em janeiro, a moeda nacional tem sido constantemente desvalorizada e continuou a declinar depois que a Rússia reconheceu as duas regiões separatistas, liderada por rebeldes pró-Rússia.
 
Na madrugada de quinta-feira, 24 de fevereiro, o governo russo ordenou oficialmente o envio de forças russas nas regiões de Luhansk e Donetsk, na Ucrânia, e iniciou uma ampla operação militar no território ucraniano. Separatistas pró-Rússia posteriormente relataram a captura de pequenas cidades no leste da Ucrânia. Por fim, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky anunciou que a lei marcial foi imposta em todo o país.
 
 
Com informações de ACN

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