Curiosidades sobre Santo Tomás de Aquino

A Igreja celebra hoje a Festa de São Tomás de Aquino, considerado “Doutor Angélico” e um dos maiores pensadores católicos da História (leia coluna Santo de cada dia). Para evidenciar a importância desse santo para a vida da Igreja, ouvimos o teólogo e professor padre Celito Moro, doutor em Teologia Moral pela Academia Afonsiana de Roma e docente do curso de Teologia Moral e Bioética da Faculdade Palotina (FAPAS) de Santa Maria (RS). Ele é também membro do Conselho Editorial da revista Ekklesía Brasil, da Editora Cidade Nova.

Diz Moro a respeito de Santo Tomás de Aquino:

“Ele é um teólogo do século 12, exatamente no tempo da criação das universidades. É a grande figura do Renascimento, como também da Teologia Moral. Ele escreveu a grande obra, Suma Teológica, a qual é dividida em três partes: a primeira diz que tudo procede de Deus Criador, a segunda diz que deve retornar a Deus, com o empenho do ser humano) e a terceira trata da mediação de Jesus Cristo (tudo retornar a Deus por meio de Jesus Cristo). A segunda parte é assumida como Teologia Moral, mas e interessante levarmos em conta que esse conteúdo está envolvido com uma teologia da Criação e da Redenção. Aqui, eu destacaria um elemento muito importante da teologia de Tomás Aqui para a Igreja hoje. Basta lembrar que a Igreja, nos últimos tempos, colocou bastante em evidência a Teologia de Redenção. De fato, ainda quando cardeal, Bento 16 escreveu diversos artigos e num deles, ele afirma que não basta mais a Teologia da Redenção. Hoje, é preciso retomar a Teologia da Criação para que a Igreja consiga evangelizar de acordo com as exigências da atualidade. Por isso, a teologia de Tomás de Aquino se torna muito atual. DE fato, embora o próprio Papa Francisco tenha essa Teologia da Redenção de Jesus como central, ele mesmo tem buscado recuperar a Teologia da Criação, especialmente quando, na Laudato Si’, ele fala de uma ecologia integral. Percebemos que Tomás de Aquino será sempre um mestre de referência. Agora, onde está a sua genialidade? Segundo um meu ex-professor, essa genialidade está no fato de que a sua teologia é uma síntese de todo o pensamento teológico do seu tempo. Precisamos, pois, aprender com ele a fazer novas sínteses teológicas, conforme as demandas do nosso tempo. Nesse sentido, é importante também reler a sua obra segundo uma interpretação atual, como por exemplo, de acordo com a exigência de uma Igreja sinodal, como propõe hoje o Papa Francisco”.

Pesquisamos também informações sobre esse grande teólogo da Igreja e encontramos um elenco de 10 curiosidades sobre ele, originalmente produzidas pelo site Aleteia. Confira:

1. Nascido e criado num castelo

Tomás pertencia a uma família rica de Roccasseca, Itália. Tinha três irmãos e cinco irmãs.

2. Tinha medo da chuva

Quando tinha dois anos, sua irmã, que era um bebê, morreu por conta de um raio que caiu no quarto em que ambos dormiam. Depois disso, Tomás conseguiu uma relíquia de Santa Inês e passou a rezar quando chovia.

3. Estudo no famoso monastério de Monte Cassino

Permaneceu ali até depois de sua adolescência e provavelmente se converteu em oblato beneditino. Nesse local, Tomás leu os escritos espirituais de São João Cassiano, cujo aprendizado levou consigo ao longo da vida.

4. Fugiu de casa para seguir a sua vocação

Sua família queria que Tomás ficasse em Monte Cassino e se tornasse um abade; seus familiares não aceitaram seu desejo de se tornar dominicano. Para eles, a ordem era “inferior”, já que os dominicanos eram predicadores itinerantes e iam a todas as partes pedindo esmola. Os pais tentaram que ele desistisse do seu projeto pessoal, mas não isso não aconteceu.

5. Era teimoso

Quando sua família soube que havia se unido aos dominicanos, um grupo de soldados liderados pelo seu irmão Rinaldo capturaram Tomás e o levaram para casa. Passou um ano numa espécie de cativeiro, enquanto sua família tentava convencê-lo de abandonar seu sonho. Porém, ele não o fez.

6. Era chamado de “boi mudo”

Era conhecido assim porque era muito calado.

7. Tinha uma letra horrível

Sua letra era tão feia que a apelidaram littera unintelligibis (letra ininteligível).

8. Podia ditar a dois ou três assistentes ao mesmo tempo

Sua letra, na verdade, não importava tanto, já que geralmente ditava coisas a seus assistentes. Tomás sabia ditar textos a mais de um deles ao mesmo tempo, possivelmente, de forma mais rápida do que quando escrevia.

9. Nunca criticou as pessoas, somente as ideias

O mais próximo que esteve de criticar alguém em seus escritos foi quando qualificou como Stultissimus a opinião de um David de Dinant. A expressão significa algo como “que ideia mais estúpida!”. Mesmo nesse caso, a rigor, ele criticou a ideia e não o autor.

10. Foi sumamente humilde e submeteu todo o seu trabalho à apreciação da Igreja

Antes de morrer, disse: “Ensinei e escrevi muito (...). Todos os ensinamentos que escrevi expressam minha fé em Jesus Cristo e na Santa Igreja Católica, a quem as ofereço e submeto.