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Organismos do Povo de Deus apontam caminho para realização de uma assembleia eclesial do Brasil

Delegadas e delegados da 10ª Assembleia apontam pistas de ações para um caminho sinodal e divulgam Mensagem ao Povo de Deus

Há 2 anos - por Osnilda Lima e Marcus Tullius
Momento de encerramento da 10a Assembleia dos Organismos do Povo de Deus
Momento de encerramento da 10a Assembleia dos Organismos do Povo de Deus (foto por Marcus Tulius)

“O sentimento que encerro a Assembleia, é um sentimento de alegria, mas acima de tudo, um sentimento de responsabilidade. Abrem-se caminhos, abrem-se brechas, e é nossa missão, neste momento, nós que aqui estamos seguir este caminho, estimular a sinodalidade, estimular a comunhão, fazendo com que as inúmeras forças evangelizadoras que o Espírito faz nascer na Igreja se unam em comunhão, anunciem o Evangelho a esse país que tanto precisa”, disse dom Joel Portella Amado, bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no encerramento da 10ª Assembleia Nacional dos Organismos do Povo de Deus (ANOPD), realizada em Brasília (DF), na Casa de Encontros Dom Luciano Mendes de Almeida, nos dias 14, 15 e 16 de outubro de 2022.  

O tema da Assembleia foi: “Comunhão e missão: caminho para a Igreja no Brasil”. E o lema, com iluminação bíblica: “Preservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (cf. Ef 4, 3).

Para Sônia Gomes de Oliveira, presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), a convivência na Assembleia, entre as pessoas que representaram os seis Organismos do Povo Deus, foi um sinal de sinodalidade: “Precisamos caminhar juntos enquanto batizados e batizadas. Essa Assembleia trouxe muito forte a questão da participação, a questão da comunhão e da missão”, afirmou.

Para a coordenadora do laicato, os três dias de reflexões apresentaram um rosto da Igreja no Brasil e fica o aprendizado a partir dos desafios lançados pela própria Assembleia. “Temos a necessidade de retomar assuntos e quem sabe, como foi direcionado, realizarmos uma assembleia eclesial do Brasil, com todos os cristãos e, ao mesmo tempo, pensar que esta assembleia pode ser um espaço de apontar diretrizes para a ação evangelizadora da Igreja no Brasil”, destacou.

Participaram da assembleia cerca de 180 delegados e delegadas dos Organismos que congregam o Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Comissão Nacional de Presbíteros (CNP), a Conferência Nacional dos Institutos Seculares do Brasil (CNIS) e a Comissão Nacional de Diáconos (CND).

As atividades da Assembleia seguiram-se com momentos de oração; memória do caminho percorrido, a partir das Assembleias anteriores; fila do povo; confraternização e as oficinas em grupos em que os participantes trabalharam na perspectiva do método ver, julgar e agir, as temáticas: Comunhão, participação e ministerial idade; Participação do laicato e da vida consagrada; Comunhão e ação sociotransformadora; Comunhão e solidariedade com os vulnerabilizados; Comunhão e compromisso com a casa comum. A Assembleia também teve a oportunidade de ouvir testemunho de pessoas, de acordo com os temas propostos nas oficinas.

No momento do agir, os relatores dos grupos apresentaram outras ações concretas para o processo de caminhada sinodal dos Organismos do Povo de Deus, como o fortalecimento do protagonismo juvenil; o cuidado com a casa comum; organizar itinerários de formação com a dimensão sociotransformadora, em comum para toda a Igreja; priorizar as Comunidades Eclesiais de Base; investir na atuação das comunidades para a 6ª Semana Social Brasileira, Projeto Encantar a Política, Gritos dos Excluídos e Romarias da Terra; incentivar a participação com conselhos municipais de direito e oferecer formação para capacitação de conselheiros.

Por fim, os/as participantes da Assembleia divulgaram uma Mensagem ao Povo de Deus. O texto reafirma a vocação própria de cada pessoa dos respectivos Organismos e convida a sentirem-se pertencentes “à Igreja peregrina, presente e atuante na história e por ela corresponsáveis”.

A Mensagem ressalta o tempo desafiador que o atual momento histórico apresenta, “marcado por uma crise civilizacional que repercute em todos os aspectos da vida, dentre os quais o emocional, o afetivo, a economia, a política, o social, o cultural, o ecológico e o religioso”, tal crise gera impacto de sofrimento na vida do povo e na casa comum. E lembra que, além disso, se “acrescenta as ameaças ao Estado Democrático de Direito, o que nos entristece e envergonha”. Com isso, seguindo a Mensagem, “tal realidade exige disposição para acolher os sinais dos tempos, discernimento e ousadia na busca de respostas adequadas às exigências do Reino de Deus e sua justiça”, afirma o texto.

E finaliza com um chamado a “construir pontes, estabelecer relações, alimentar a comunhão, trabalhar juntos no cuidado e promoção da vida e da Casa Comum, indo ao encontro das periferias geográficas e existenciais”. E se comprometem “a trabalhar por condições de vida digna para todos e todas, segundo a medida do Evangelho: ‘Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância’” (Jo 10,10).

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