Cookies e Política de Privacidade
A SIGNIS Agência de Notícias utiliza cookies para personalizar conteúdos e melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Com 100 mil mortes por Covid, Pan-Amazônia sofre por falta de vacina e aumento da desinformação

Levantamento é realizado pela REPAM (Rede Eclesial Pan-Amazônica). Diante de desinformação, entidade, promove campanha de conscientização na região.

Há 3 anos - por Cléo Nascimento
Com 100 mil mortes por Covid, Pan-Amazônia sofre por falta de vacina e aumento da desinformação
(foto por REPAM)
Desde 17 de março de 2020, a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) produz um relatório semanal, em que acompanha e mapeia a situação da Covid-19 no território amazônico, composto por Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela.
 
Na última segunda-feira (26), a organização divulgou que a região já acumula 100.037 mortes e 3.500.761 infecções pela doença. Embora, os dados sejam oficiais, a REPAM alerta que não se pode ignorar a subnotificação nos registros de cada um dos países da Pan-Amazônia.
 
Conforme comunicado da Rede, "a população experimentou (e continua experimentando) situações muito complexas devido à falta de serviços médicos adequados durante os 16 meses da pandemia, que chegou a situações dramáticas de falta de atenção básica de saúde, oxigênio, materiais médicos e de biossegurança, e garantias básicas para proporcionar segurança alimentar à população afetada, entre outras".
 
Falta vacina, sobra desinformação
 
Com um número de imunizados aquém do esperado, ainda é distante avistar um refreamento da doença na região. A REPAM destaca dois fatores importantes e que impactam diretamente neste cenário.
 
O primeiro diz respeito propriamente a insuficiência de vacinas para atender a população da Amazônia, problema associado à má gestão de governos no enfrentamento da Covid-19. Soma-se a este fator as chamadas "campanhas de desinformação", que vão desde a negação da gravidade da pandemia à mentiras, muitas destas, frutos de fanatismo político e religioso. Há muitos relatos de pessoas que vivem em pequenas comunidades da Amazônia e que, influenciadas por fake news, recusam serem vacinadas.
 
Em fevereiro, durante a Assembleia Mundial pela Amazônia, a REPAM fez um apelo por "solidariedade e ação urgente para enfrentar a emergência da saúde na Amazônia". O chamado "Grito da Selva" reclama "a garantia de acesso universal a vacinas confiáveis para a população amazônica; a liberação da propriedade intelectual para enfrentar a crise global de saúde do Covid-19; que a OMS (Organização Mundial da Saúde) e a OPS (Organização Pan-americana da Saúde) abram o acesso público aos avanços científicos sobre o Covid-19; que haja atendimento médico imediato e acesso a medicamentos; o estabelecimento de renda básica para as famílias que sofrem com a pandemia", entre outras urgências.
 
 
"Também clamamos para que as pessoas se vacinem e não se deixem levar pela desinformação, motivando suas comunidades para este gesto concreto em favor do bem comum"
 
 
#VacinaAmazônia
 
Diante deste quadro que combina um número expressivo de mortes, escassez de vacina e insensatez, a REPAM lançará, em agosto, a campanha #VacinaAmazônia, que tem o objetivo de conscientizar sobre a importância da imunização da população e combater a pandemia de uma forma abrangente e permanente.
 
Nesse sentido, a entidade apela às autoridades competentes que "facilitem e enviem vacinas para a população amazônica em todos os países, e que não se omitam diante das dificuldades e os gritos, especialmente dos mais pobres e fragilizados. Também clamamos para que as pessoas se vacinem e não se deixem levar pela desinformação, motivando suas comunidades para este gesto concreto em favor do bem comum".
 
 A Rede Eclesial Pan-Amazônica, a partir de seus eixos de Mapeamento e Comunicação e com base nos dados oficiais dos ministérios da saúde de cada país e/ou região, divulga toda segunda-feira o mapa dos casos Covid-19 na região Pan-Amazônica, toda segunda-feira. As informações estão disponíveis em: redamazonica.org

Comentários

  • Esta notícia ainda não tem comentários. Seja o primeiro!