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Sinais de esperança, do verbo "esperançar"

Há 2 anos
Reconhecer sinais de esperança na cobertura dos fatos sobre a Igreja é uma das missões da Agência de Notícias SIGNIS
Reconhecer sinais de esperança na cobertura dos fatos sobre a Igreja é uma das missões da Agência de Notícias SIGNIS (foto por Luís Henrique Marques)

            Embora possa parecer clichê, penso que é importante aproveitar o simbolismo de início de ano para rever nossa caminhada de vida até aqui e os projetos para ano novo que está apenas começando. Como profissionais de comunicação, a exemplo de outras categorias cujo trabalho é de caráter mais intelectual, é comum usarmos do discurso crítico para apontar problemas da vida em sociedade ou em ambientes mais específicos, como a Igreja, tendo em vista – quero crer – o bem comum. Isso implica, inclusive, fazer denúncias. Afinal, não se pode romantizar a realidade e ignorar o que não vai bem (ou não parece bem). É improvável avançar sem reconhecer e superar erros e limitações.

Também nós da Agência de Notícias SIGNIS temos buscado fazer esse papel. Em nossas reportagens, notícias e artigos de opinião, temos a pretensão de mobilizar você leitor a uma atitude de inquietação, de crítica e, sempre que possível, de resposta concreta às situações. Acreditamos que disso, entre outras exigências, se faz um bom jornalismo. Espero que, neste no novo ano, sigamos esse caminho.

Mais ainda: espero que, bem ao estilo da sinodalidade de que propõe o papa Francisco, você leitor siga conosco esse caminho, fazendo a crítica ao nosso trabalho, seja positiva ou negativa. Isso é fundamental para nos ajudar a nos colocarmos no nosso lugar como jornalistas e produtores de conteúdo. Lugar que não nos dota, em hipótese alguma do privilégio de deter a verdade. Ao contrário: aqui, apresentamos versões sobre a realidade. Esperamos que sejam as mais coerentes possíveis, mas ainda assim são versões.

 Agora, a propósito de revisão de caminhada, ainda que a nossa como agência especializada em Igreja seja bastante curta, vale a pena dizer algo a respeito. Também aqui a perspectiva é limitada porque pessoal. Mas daria para ser diferente? Então, segundo a minha perspectiva, a despeito de nossas limitações (somos ainda um grupo pequeno de profissionais, com recursos igualmente pequenos), arrisco dizer que temos feito bem o nosso trabalho até aqui.

Para além da crítica, temos buscado fazer um jornalismo cujo olhar se inspira no próprio Evangelho, seja contando boas histórias que testemunham a verdade da Palavra de Deus, seja dando espaço a vozes que, em geral, não são ouvidas, inclusive dentro da própria Igreja. São relatos de experiências que, esperamos, não só nos façam pensar sobre que Igreja queremos, mas nos inspire na busca por construir uma comunidade eclesial cujas raízes estão fincadas naquele mesmo terreno fértil de que fala o Evangelho.

 Por isso, são histórias inspiradoras e nos dão esperança. E aqui, imediatamente me vem à mente a riqueza do pensamento de Paulo Freire que nos ensinou a “esperançar”, isto é, a acreditar que o melhor há de acontecer e, ao mesmo tempo, que é preciso ir à luta para conquistar aquilo que é bom para mim, porque é bom para os demais, para a comunidade.

Assim, além de desejar um ótimo 2022 para você que me lê, eu quero afirmar o compromisso que nós da Agência SIGNIS queremos manter com o público de seguir nessa luta de fazer um jornalismo comprometido com o bem comum, com a Igreja e que, para além da crítica e da denúncia, é capaz de apontar para os sinais de esperança, aqueles que, ao mesmo tempo, estão ao nosso alcance e têm origem no Infinito, e que, por isso, nos ajudam sempre a dar o próximo passo.

Feliz Ano Novo!!

Sobre o autor

Luis Henrique Marques

Jornalista e editor-chefe das revistas Cidade Nova e Ekklesía Brasil, da Editora Cidade Nova. É mestre em comunicação e doutor em história pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e tem pós-doutorado em comunicação pela Faculdade Casper Líbero. Foi secretário da Diretoria da SIGNIS Brasil no triênio 2020-2022 e editor-chefe da Agência SIGNIS. Blog profissional: prof-luis-marques.webnode.com