Pascom sinodal: agentes em estado permanente de missão, a serviço da comunhão

Nos últimos dias de julho, a fase diocesana do Sínodo 2023 chegou à sua culminância. As igrejas particulares celebraram o encerramento de uma etapa muito importante da caminhada sinodal, que consiste na elaboração das sínteses, a partir da escuta às bases. Contudo, não podemos tomar o todo pela parte: só fizemos uma parte do caminho. Importante, sim, mas que levará a desenrolar processos outros, tão importantes para a vida eclesial.
Na sequência, deu-se início ao mês vocacional, um período oportuno para rezar pelas vocações e refletir sobre todas elas. Não só às dos ministros ordenados ou de especial consagração. É tempo de pensar a vocação da própria Igreja e a vocação do comunicador cristão e sua missão na Pastoral da Comunicação.
Começar falando do Sínodo e na sequência do mês vocacional não é distração ou falta de assunto. Quero destacar aqui que ser sinodal é uma vocação de todo cristão, portanto também vocação do comunicador. E cada Pastoral da Comunicação, em todas as realidades, deve ser uma Pascom Sinodal.
Sinodalidade, como já manifestou o papa Francisco, “não é o capítulo de um tratado de eclesiologia, muito menos uma moda, um slogan ou o novo termo a ser usado ou instrumentalizado em nossos encontros. Não! A sinodalidade expressa a natureza da Igreja, a sua forma, o seu estilo, a sua missão.” (Discurso durante Simpósio à Diocese de Roma, 18 de setembro de 2021)
Ser sinodal talvez seja um dos grandes desafios para a Pascom e pasconeiros. O desafio de caminhar junto, de ser essencialmente sinodal, quando o ser euquipe fala mais alto. É o risco de querer caminhar de forma autônoma, autorreferencial, tornando, muitas vezes, o serviço da comunicação em uma agência de publicidade que apenas visibiliza eventos e celebrações.
Uma Pascom verdadeiramente sinodal é aquela que caminha junto com a toda ação evangelizadora em sua comunidade, paróquia e diocese. Caminha junto e com meta, não perde o ritmo, abraça a todos, escuta a todos e compreende que esta é sua vocação na Igreja.
Ser Pascom sinodal não é um só uma palavra da moda, para corresponder ao momento eclesial que vivemos. Uma Pascom sinodal está aberto ao Espírito, para ler os sinais dos tempos em sua realidade pastoral e compreende que para caminhar junto é preciso escutar juntos, comunicar junto. É a experiência da comunhão, que está no cerne da palavra comunicação. É um exercício permanente e que deve começar agora.

Marcus Tullius
Mestrando em Comunicação pela Pontifícia Universidade Católica de Minas (PUC-Minas). Filósofo e publicitário. Coordenador geral da Pascom Brasil e membro do Grupo de Reflexão em Comunicação da CNBB. É autor do livro Esperançar: a missão do agente da Pastoral da Comunicação, pela Editora Paulus.
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