Santa Clara, clareia os caminhos da televisão

Santa Clara, a formosa jovem italiana, discípula e companheira de Francisco de Assis nasceu em 1193. Quase oito séculos após a sua morte, foi proclamada pelo Papa Pio XII, em 1958, como a padroeira da televisão. Mas, por que uma santa que viveu num período em que a comunicação acontecia por meio dos púlpitos nas Igrejas e nas praças é considerada a padroeira deste meio de comunicação?
Conta-se que no Natal de 1253, um ano antes de sua morte, Clara estava acamada, desejava muito participar da Santa Missa na igreja de São Francisco, mas não tinha condições físicas para sair. Em oração, Clara pediu ao Senhor que permitisse celebrar o Natal. O testemunho da própria santa é que, de seu quarto, ela ouviu a missa completa e ainda pôde até comungar. O fato é narrado na própria bula pontifícia que a proclama padroeira da televisão, considerando aquela como uma transmissão televisiva.
A vida de Clara traz muitos elementos para inspirar aqueles que trabalham no meio televisivo, aqueles que estão diante ou detrás das câmeras. O primeiro, e talvez mais importante, é que ela conservou sua pequenez e não quis ser maior do que a mensagem que anuncia. Assim, o comunicador da televisão, principalmente, o cristão, não deve almejar ser maior do que a Mensagem-Pessoa que comunica.
Um outro atributo da santa é a ternura. Em um tempo marcado por agressividade dos gestos e das palavras, é necessário que a comunicação “não se canse jamais de estar a serviço da verdade e da paz”, mas, com ternura, sem falsificação. O Evangelho é a ternura de Deus para a humanidade e Clara soube muito bem entender o que isso significava.
Por fim, uma televisão que, verdadeiramente, se inspira em Santa Clara deve ter como princípio a pobreza. O excesso dos holofotes não deve ofuscar a vista para aqueles que são os preferidos do Reino. Uma televisão com cheiro de Evangelho, com cheiro dos pobres, que vise a promoção de sua dignidade e que nos leve a uma experiência de conversão. Este talvez seja o fato mais difícil de ser alcançado, diante de projetos extremamente devocionistas e personalistas, afastando as pessoas da experiência verdadeira de comunidade.
Os que vaticinam, pela chegada e ampliação da internet, o fim do rádio e da TV, talvez ainda esperem um bom tempo para ver seu ocaso. Inúmeras regiões de nosso país, ainda tão desigual, têm neste veículo a sua fonte de informação, entretenimento e oração. As inúmeras mudanças que vemos nessa época impulsionam ainda mais a criatividade dos que fazem televisão. Assim como as pessoas simples, no interior, pedem que Santa Clara clareie após chuvas incessantes, nós pedimos que Santa Clara, de nome e de vida, clareie as mentes e os caminhos dos que fazem televisão hoje!

Marcus Tullius
Mestrando em Comunicação pela Pontifícia Universidade Católica de Minas (PUC-Minas). Filósofo e publicitário. Coordenador geral da Pascom Brasil e membro do Grupo de Reflexão em Comunicação da CNBB. É autor do livro Esperançar: a missão do agente da Pastoral da Comunicação, pela Editora Paulus.
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