Santa Inês Cao Kuiying (1 de março)

Santa Inês Cao Kuiying nasceu numa aldeia chinesa. Ainda bem novinha, foi para um orfanato depois da morte de seus pais, que eram católicos.
Quando jovem, mudou-se para Xingyi (China) em busca de trabalho. Lá, conheceu uma mulher, também católica, que a acolheu em sua casa. Foi nesse tempo que a jovem Inês se encontrou, pela primeira vez, com o Bispo Bai, que estava de passagem por aquela cidade.
Assim que o Bispo descobriu que aquela jovem não tinha família, quis ajudá-la inserindo-a na paróquia local. Ele a levou para participar de um aprofundamento de fé que acontecia na paróquia da cidade, e logo se impressionou com os rápidos progressos que Inês fazia.
Ao completar dezoito anos, ela se casou com um homem daquela região que trabalhava numa fazenda. Após o casamento, ela o descobriu muito violento. A partir daí, a jovem Inês enfrentou novas dificuldades. Seu cunhado e sua cunhada também passaram a tratá-la com desprezo por ser cristã. Este tratamento foi piorando cada vez mais, a ponto de Inês passar fome dentro da própria casa.
Infelizmente, a situação ficou bem pior depois do falecimento de seu marido: foi expulsa de casa. Para não passar fome, Inês fez trabalhos temporários em casas de família. Por causa desses trabalhos, conheceu uma piedosa viúva católica que a convidou para morar com ela. Em pouco tempo, era nítido o progresso espiritual que Inês vivia, ajudada por aquela mulher que a acolheu em casa.
Por graça de Deus, a patroa de Inês Cao Kuiying sempre recebia em sua casa a visita de um sacerdote que ministrava para ela o Sacramento da Reconciliação (confissão) e a Eucaristia (celebrava a Santa Missa). Com isso, Inês cultivou com grande esmero a sua própria espiritualidade.
Certa vez, Inês Cao Kuiying conheceu um missionário que, encantado com o conhecimento que ela possuía sobre a fé católica, a convenceu a sair em missão para ensinar a Palavra de Deus. Ela então mudou-se para Baijiazhai, em 1852, onde passou a ensinar o catecismo. De um lado para o outro, Inês pregava a Palavra de Deus e transmitia a fé católica. Em seus tempos livres, ela cozinhava, cuidava de uma casa de família e ainda fazia trabalhos de babá.
O governo local adotou posturas cada vez mais intransigentes com os cristãos. Inês e muitos outros católicos foram levados sob custódia. Embora muitos daqueles cristãos presos tivessem sido libertados pouco tempo depois, Inês e mais um sacerdote, foram mantidos no cárcere.
O Juiz daquela forania ainda tentou persuadir Inês a negar sua fé. Porém, ela manteve-se firme. Ele fez ameaças ainda mais duras ao dizer que ela seria torturada se não negasse sua fé. Mais uma vez, a jovem não demonstrou medo. Por fim, o magistrado a trancou em uma gaiola tão pequena, de modo que ela não conseguia se mexer. Do seu interior brotou a seguinte oração: “Deus, tenha misericórdia de mim; Jesus me salve!”.
Em 1º de março de 1856, ela gritou forte: “Meu Deus, me ajude!”, e expirou aos 35 anos. O Papa Leão XIII a proclamou bem-aventurada em 27 de maio de 1900, e no dia 1º de outubro de 2000, o Papa João Paulo II a canonizou com mais 120 mártires da China.
Santa Inês Cao Kuiying, rogai por nós!

Raul Ribas
Mais lidas
-
1
Entrevista
"Ser presença de Deus": religiosa brasileira fala da experiência missionária no Haiti
Em entrevista à Agência Signis, Ir. Liani Postai, da Congregação das Irmãs de Santa Catarina de Alexandria, fala sobre sua missão e a situação do país, novamente arrasado por um terremoto.
Há 2 anos -
2
Entrevista
"O debate é o cerne da política"
Para o professor Robson Souza, é preciso superar a visão que criminaliza a política, o público e o coletivo, enquanto se hiper valoriza a perspectiva individualista da vida. Nesse sentido, retomar a discussão política é um passo fundamental
Há 12 meses -
3
Entrevista
Sínodo sobre a sinodalidade: um primeiro olhar
Nossa reportagem ouviu Óscar Elizalde Prada, jornalista e professor colombiano que participa da Comissão de Comunicação dessa nova iniciativa do papa Francisco que visa uma Igreja mais sinodal
Há 1 ano -
4
Entrevista
“Um verdadeiro político cristão tem que começar a fazer política a partir dos marginalizados”
Além disso, para Dom Adriano Ciocca Vasino, bispo da Prelazia de São Félix do Araguaia, a Igreja precisa voltar a fazer um trabalho de base no que diz respeito à conscientização política do povo
Há 1 ano -
5
Reportagem
Uma noite de sábado, um casamento afro
Casamento afro ensina que não há espaço para o racismo na Igreja Católica
Há 1 ano -
6
Notícia
Arquidiocese de Niterói promove Campanha do Agasalho
Doações podem ser realizadas em paróquias e estabelecimentos da Região de Niterói (RJ)
Há 2 anos